Foto: Ricardo Stuckert
Apesar da queda da inflação e das pressões de parte do governo, o banco central não mexeu nos juros. Por unanimidade, o comitê de política monetária manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano.
A decisão era esperada pelos analistas financeiros, que apostam em queda apenas a partir de agosto. Em comunicado, o Copom indicou que ainda existem riscos sobre a inflação, como eventuais pressões globais sobre os preços e incertezas “residuais” sobre a votação do arcabouço fiscal.
Já o presidente Lula, que está visitando a Itália, além de dizer que é irracional o que o BC tem feito, disse que a briga para redução da taxa não é com o governo, mas com a sociedade brasileira. A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a sétima vez seguida em que o BC não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado.
A Selic é o principal instrumento do banco central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo índice nacional de preços ao consumidor amplo. Em maio, o indicador fechou em 3,94% no acumulado de 12 meses, abaixo de 4% pela primeira vez em dois anos e meio.
Nos últimos dois meses, a inflação vem caindo por causa dos alimentos e dos combustíveis.