Após cirurgia de 12 horas, Bolsonaro segue estável na UTI e sem complicações


Ex-presidente foi submetido a reconstrução da parede abdominal após obstrução intestinal; equipe médica relata boa evolução no pós-operatório

Foto: Antônio Augusto/ STF

Internado desde o último domingo (13), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta quadro clínico estável, segundo boletim médico divulgado na noite de ontem pelo Hospital DF Star, em Brasília. Bolsonaro passou por uma cirurgia de grande porte para tratar uma obstrução intestinal, causada por uma dobra no intestino delgado, que impedia o trânsito normal dos alimentos.

O procedimento, descrito pela equipe médica como uma “extensa lise de aderências com reconstrução da parede abdominal”, durou cerca de 12 horas. Apesar da complexidade, os médicos informaram que a cirurgia ocorreu sem intercorrências e não houve necessidade de transfusão sanguínea.

Atualmente, o ex-presidente encontra-se internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde recebe suporte clínico e nutricional, além de cuidados para prevenção de infecções. De acordo com o boletim, Bolsonaro está “sem dor” e tem apresentado uma recuperação considerada satisfatória nas primeiras 24 horas após a operação.

O informe foi assinado por Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica; os cardiologistas Leandro Echenique e Ricardo Camarinha; além de Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges, diretores do hospital.

Causa e complexidade da cirurgia

Segundo os médicos, o problema que levou Bolsonaro à mesa de cirurgia foi uma obstrução causada por aderências intestinais — tecidos cicatriciais que se formam entre órgãos abdominais e que, com o tempo, podem provocar complicações graves, como bloqueios e dores intensas.

A cirurgia visou desfazer essas aderências e reconstruir parte da parede abdominal, comprometida em função das intervenções anteriores pelas quais Bolsonaro já passou desde a facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018. Ao longo dos últimos anos, o ex-presidente foi submetido a mais de cinco cirurgias no aparelho digestivo.

“É uma área que já passou por muitos procedimentos, o que aumenta o risco de aderências e a complexidade das intervenções subsequentes”, explicou um médico do Hospital das Clínicas de São Paulo ouvido pela reportagem.

Histórico de saúde delicado

Desde o atentado em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro vive com sequelas que incluem dores abdominais recorrentes, episódios de obstrução intestinal e dificuldade na absorção de nutrientes. Sua condição de saúde tem exigido acompanhamento constante e já resultou em internações de urgência, inclusive no exterior, como ocorreu em 2022, quando ele foi hospitalizado durante uma viagem aos Estados Unidos.

A equipe médica responsável reforça que a cirurgia atual foi “bem-sucedida” e que o ex-presidente permanecerá em observação intensiva nos próximos dias. A evolução do quadro clínico será fundamental para determinar quando ele poderá ser transferido para um quarto comum e, posteriormente, receber alta hospitalar.

Momento político conturbado

A internação de Jair Bolsonaro acontece em um momento delicado do ponto de vista político e jurídico. No mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra ele e outros sete investigados por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado.

O julgamento está sendo conduzido pela Primeira Turma da Corte, composta por cinco dos onze ministros do STF. A expectativa é de que o resultado seja conhecido ainda no primeiro semestre de 2025. Caso o colegiado aceite a denúncia, Bolsonaro se tornará réu no processo.

Silêncio nas redes e movimentação de apoiadores

Desde a cirurgia, o ex-presidente não fez publicações em suas redes sociais, o que é incomum, dado o seu histórico de comunicação digital ativa. A assessoria de imprensa informou que ele está concentrado em sua recuperação e ainda sem previsão de retomada das atividades públicas.

Apoiadores, por outro lado, se mobilizaram nas redes para desejar pronta recuperação. Políticos aliados também divulgaram mensagens de apoio, entre eles o senador Magno Malta (PL-ES) e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que visitou Bolsonaro no hospital no início da tarde desta segunda-feira.

Em frente ao hospital, um pequeno grupo de simpatizantes permanece reunido desde o anúncio da cirurgia, exibindo faixas e orando pela saúde do ex-presidente.

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