Vítimas eram turistas espanhóis, incluindo três crianças; acidente aconteceu durante voo panorâmico ao sul de Manhattan
Seis pessoas morreram na tarde desta quinta-feira (10) após a queda de um helicóptero no rio Hudson, em Nova York, nos Estados Unidos. A aeronave, um modelo Bell 206, caiu por volta das 15h17 (horário local), entre a ilha de Manhattan e Jersey City, na região de Nova Jersey.
De acordo com o prefeito de Nova York, Eric Adams, todas as vítimas eram turistas da Espanha, sendo três crianças, dois adultos e o piloto. O helicóptero fazia um passeio panorâmico quando caiu no rio em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas.
“É uma tragédia. Nossos pensamentos estão com as famílias das vítimas”, afirmou Adams, em comunicado oficial. Todos os corpos foram localizados e retirados da água por equipes de mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Nova York (FDNY).

Foto: Anadolu via Getty Images
Queda aconteceu em área movimentada por voos turísticos
O acidente ocorreu ao sul da ilha de Manhattan, perto de uma das torres de ventilação do túnel que liga Nova York a Nova Jersey. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o helicóptero em queda livre e aparentemente girando de cabeça para baixo antes de atingir a água. Imagens posteriores registraram a aeronave já submersa, com parte da cauda visível, próxima ao Píer 40.
A temperatura na região estava abaixo dos 10°C no momento do acidente, o que pode ter dificultado os trabalhos de resgate. Em poucos minutos, embarcações de emergência e helicópteros da polícia se deslocaram para o local, estabelecendo uma zona de isolamento próxima à orla de Manhattan.
Investigações estão em curso
A Administração Federal de Aviação (FAA) e o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) confirmaram que estão investigando as causas do acidente. O NTSB ficará responsável pela apuração oficial. Entre os fatores que serão analisados estão as condições meteorológicas, o histórico da aeronave e do piloto, além de imagens do voo.
O helicóptero modelo Bell 206 é frequentemente usado para passeios turísticos curtos sobre a cidade de Nova York, oferecendo vistas panorâmicas de pontos como a Estátua da Liberdade, a Ponte do Brooklyn e o Central Park. Segundo registros do site FlightRadar24, a aeronave decolou do sul de Manhattan, sobrevoou a Estátua da Liberdade e subiu em direção à Ponte George Washington, onde começou a perder altitude e retornou em direção ao sul antes da queda.
A aeronave teria voado por aproximadamente 16 minutos antes de colidir com a superfície da água.
Trânsito aéreo intenso levanta debate sobre segurança
O espaço aéreo sobre Manhattan é conhecido por seu alto volume de voos, que incluem helicópteros de passeio, serviços executivos, táxis aéreos e aeronaves comerciais. A cidade conta com diversos heliportos ao longo da ilha, o que levanta, mais uma vez, discussões sobre a segurança da operação turística aérea em áreas urbanas densamente povoadas.
Especialistas em aviação defendem uma regulação mais rígida para voos não essenciais na cidade. “É um alerta para que se reavaliem os protocolos de segurança de empresas que operam helicópteros turísticos”, comentou um consultor da área ouvido pela imprensa local.
Espanha e autoridades internacionais acompanham o caso
O governo espanhol, por meio de sua embaixada nos Estados Unidos, confirmou que está prestando assistência consular às famílias das vítimas e acompanha o andamento das investigações. Os nomes dos passageiros ainda não foram divulgados oficialmente, mas o Ministério das Relações Exteriores da Espanha lamentou o acidente e se colocou à disposição para apoiar as autoridades norte-americanas.
Comparações com o “Milagre do Hudson”
O acidente remete a outro caso marcante ocorrido no mesmo rio. Em janeiro de 2009, o voo US Airways 1549 fez um pouso de emergência no Hudson depois que uma revoada de pássaros danificou os dois motores do avião. Na ocasião, todos os 155 passageiros e tripulantes foram resgatados com vida, e o comandante Chesley “Sully” Sullenberger foi considerado um herói nacional. O episódio ficou conhecido como o “Milagre do Hudson”.
Desta vez, porém, o desfecho foi trágico, e o sentimento predominante em Nova York é de consternação. Autoridades locais reforçaram que todas as medidas estão sendo tomadas para entender as causas e evitar novos acidentes.