Fotos: Divulgação / PMMC
Mogi das Cruzes passará a contar em breve com um novo serviço de acolhimento institucional, na modalidade república para jovens. Trata-se de algo previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, porém inédito no município. As novas unidades terão como objetivo atender jovens que completam a maioridade em abrigos e não têm ainda meios de autossustento, tampouco podem retornar ao lar de origem.
Serão duas novas unidades, com seis vagas cada, sendo uma destinada ao público feminino e outra ao masculino. Nelas, serão atendidos jovens com idades entre 18 e 21 anos. “Esta é uma reivindicação antiga, que visa acolher jovens com 18 anos que muitas vezes passaram a vida inteira no acolhimento, por algum motivo não foram adotados, ainda não têm condições de se autossentar, não têm como retornar à família de origem, portanto não têm para onde ir”, destaca a secretária municipal de Assistência Social, Celeste Gomes, acrescentando que muitas vezes, exatamente pela falta de alternativa, esses jovens acabam migrando para a situação de rua.
A modalidade república vai ofertar um local para que residam, com acompanhamento psicossocial, porém os jovens acolhidos terão liberdade para sair, estudar e trabalhar. Além de um acompanhamento com relação às atividades diárias, as equipes das unidades também ofertarão atendimento psicológico, encaminhamentos para serviços de saúde e todo o suporte necessário para que eles possam superar situações passadas e passem a ter condições de se tornarem cidadãos autônomos.
A implantação do acolhimento na modalidade república jovem partiu de um trabalho em conjunto com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e a construção de um plano de trabalho, contando com aporte de recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
A Secretaria Municipal de Assistência Social realizou recentemente o processo de seleção da organização da sociedade civil que ficará responsável pelo serviço, por meio do edital de chamamento público nº 03/2022. A Associação Afro Brasileira Nossa Senhora Aparecida foi habilitada dentro do processo e o resultado já foi homologado. Os próximos passos serão assinatura do termo de parceria e então a locação, por parte da organização vencedora, dos imóveis que vão oferecer o serviço. Após vistorias técnicas e eventual aprovação dos espaços selecionados, o serviço será colocado em operação. A previsão é que isso se dê em aproximadamente dois meses.
Todo o processo foi embasado em um levantamento desenvolvido pela Vigilância Socioassistencial ,que apontou um número significativo de jovens acolhidos prestes a completar maioridade e sem possibilidades de reintegração familiar, adoção e/ou condições de autossustento, portanto o público-alvo para o acolhimento na modalidade república. O número total de vagas ofertadas – 12 – condiz com o que o estudo apontou.