Suspeito de matar policial penal em Itaquaquecetuba se entrega à polícia em Mogi das Cruzes

Crime ocorreu durante assalto em março; outros dois envolvidos permanecem foragidos e são procurados pela Polícia Civil

Foto: Reprodução/TV Diário

O principal suspeito de atirar e matar o policial penal Ednaldo Ricardo da Silva, durante um assalto em Itaquaquecetuba, se entregou à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (15), em Mogi das Cruzes. Segundo a investigação, o crime ocorreu em 22 de março, quando Silva foi abordado por um grupo de criminosos em uma via do bairro Jardim Santa Mônica.

O delegado Rubens José Angelo, responsável pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), confirmou que o jovem que se apresentou era, à época do crime, menor de idade — tinha 17 anos. De acordo com depoimentos de outros envolvidos já presos, foi ele quem efetuou o disparo que matou o policial, após tomar sua arma durante o assalto.

“O adolescente foi apontado pelos demais suspeitos como o autor do disparo. Ele se entregou espontaneamente após saber que estava sendo procurado. Agora será ouvido e encaminhado para os procedimentos legais cabíveis à sua idade”, explicou o delegado.

Latrocínio e roubo em série na cidade

As investigações indicam que o assassinato foi resultado de um roubo que evoluiu para morte, caracterizado como latrocínio, e não uma execução premeditada. Conforme relatado pela polícia, Ednaldo da Silva trafegava de moto pela Estrada Pedro da Cunha Albuquerque Lopes quando foi cercado por cinco criminosos em três motos. O grupo já havia cometido dois outros assaltos naquela mesma madrugada.

Durante a abordagem, Silva foi agredido e, ao perceberem que se tratava de um policial penal, os assaltantes teriam se envolvido em luta corporal com a vítima. Nesse momento, um dos criminosos teria tomado o revólver calibre 38 do agente e efetuado o disparo fatal.

“A arma usada no crime era da própria vítima. Houve confronto físico, e o revólver foi tomado durante essa luta. A frieza com que tudo aconteceu é chocante, mesmo para casos que infelizmente são comuns no cotidiano da investigação criminal”, disse Rubens Angelo.

Três presos e dois ainda foragidos

Com o avanço das investigações, a Polícia Civil já prendeu dois homens maiores de idade envolvidos no crime. Um outro adolescente também foi apreendido. Ao todo, cinco pessoas participaram do latrocínio, segundo a SHPP.

Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Itaquaquecetuba, enquanto os pedidos de apreensão e internação para os adolescentes foram encaminhados à Vara da Infância e Juventude.

O delegado afirma que o trabalho agora é localizar os dois criminosos que seguem foragidos. “Já temos a identificação de todos. A expectativa é que, com a colaboração da população e o cruzamento de informações, possamos localizar os dois que ainda estão nas ruas.”

Morte de agente penal mobilizou categoria

A morte de Ednaldo Ricardo da Silva gerou forte comoção entre os servidores do sistema prisional e mobilizou entidades representativas da categoria. Amigos e familiares descreveram o policial penal como um profissional dedicado e uma pessoa discreta. Ele atuava no sistema penitenciário de São Paulo e, segundo colegas, estava voltando para casa após um plantão quando foi assassinado.

“A violência contra servidores da segurança pública vem aumentando, e esse caso evidencia o grau de exposição a que esses profissionais estão submetidos, mesmo fora do horário de trabalho”, disse um representante da categoria que pediu para não ser identificado.

Apreensão de uma das motos e continuidade das investigações

Durante as buscas realizadas desde o dia do crime, os investigadores conseguiram apreender uma das motos utilizadas no latrocínio. O veículo foi identificado por meio de imagens de câmeras de segurança e depoimentos colhidos durante as investigações.

A SHPP informa que continua mobilizada na apuração total do caso. O objetivo é reunir todas as provas que possam levar à responsabilização dos autores e garantir a condenação dos envolvidos na Justiça.

“O trabalho não para com a prisão. Continuamos buscando elementos que reforcem a materialidade do crime e o vínculo de cada um dos envolvidos com os fatos apurados”, explicou o delegado Rubens José Angelo.

População pode colaborar

A Polícia Civil reforça que denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 181 (Disque Denúncia). A identidade do denunciante é preservada, e a colaboração da população tem sido fundamental na elucidação de crimes na região.

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